Eu ando tão sozinha, tão desprezada, completamente esquecida. Nos cantos, como um animal inquieto tentando fazer com que alguém volte a me notar. Talvez esteja no ar, a ausência do amor. Talvez a minha estrela tenha se apagado. Talvez o mundo tenha mudado e os sentimentos alheios são tão indiferentes e tem que se passar por despercebidos.
Os dias estão mais frios e eu sinto em todos os momentos a falta de uma mão estendida para me reerguer. Não que eu tenha caído... Eu simplesmente desmoronei. Caí sobre o chão que eu pisava, que os outros cuspiam. Chãos os quais, guardam histórias e agora, fazem parte da minha vida. Chãos que são no entanto, a minha única e talvez, fiel companhia. Talvez, por mera coincidência, ou não, eles estão sempre presentes por não conseguirem se mover, por serem fixos. Mas o importante mesmo na atual circunstância em que me encontro, é atribuir a ele a capacidade de não me abandonar.
Sabe, nunca pensei que o dia pudesse ser feito apenas de escuridão. Nunca pensei que todos que diziam me amar, um dia iriam me abandonar. Nunca pensei que o encanto que o mundo tinha, teria um fim.
Não sei se esse é o pior dos medos, não sei também se a culpa foi minha ou deixou de ser. O que sei é que a solidão é maligna, ela te deixa às margens e sem ter para onde fugir. Faz com que você fique parado no tempo. Causa uma corrosão profunda do seu psicológico. E se me perguntarem dos meus sentimentos nessa história... Sentimentos ? Quais ? Eu ainda deveria de tê-los ? Pois é... Eu acho que não.
As pessoas não medem seus atos perante aos outros, ela agem sem pensar na reciprocidade que pode surgir em qualquer deslize, em qualquer momento. Acredito porém, que as pessoas não tem coração, são de pedra. Carne e osso? Jamais! Granito e mármore. Insensíveis.
Queria acreditar naquela a qual, as pessoas acreditam estar presente em todos os lugares.A tal da esperança. Esperança a qual, eles dizem ser a última que morre. Bom se for assim, posso considerar-me morta. E faz sentido...
Não é morta de carne e o osso... É debilitada, morta interiormente. O coração continua batendo, os olhos continuar enxergando, mas os lábios não se movimentam mais para reproduzir um sorriso verdadeiro devido à ausência de motivos e inspirações para sorrir.
Quer queira, ou não queria, as pessoas ao seu redor são cruéis. Elas tem sim o poder de te diminuir perante aos outros e perante a si mesmo. Mas olha, independente de qualquer coisa, lute para que um dia você não acabe excluído, isolado de tudo e todos.
Todos nós, mais dia ou menos dia, estaremos propícios ao abandono. E é incrível como você percebe o quanto todos tem uma capacidade imprescindível para mentir. Mentem dizendo que você pode os atribuir confiança. Mentem dizendo que para sempre estarão ao seu lado. Mas nunca se esqueça que não dá para contrariar o tempo e as surpresas que o destino reserva. O " Para Sempre", sempre acaba. Quanto a isso, não me resta dúvidas.
Confie, aproxime-se, ame, cuide, apenas de você... Pois lhe garanto que quando você mais precisar ninguém vai te acalmar e a apaziguar a sua dor.
A proximidade das pessoas é ocasionada na maior parte das vezes, pelo interesse contido nelas. Sempre tem um " por que " subentendido... As intenções quase nunca são boas.
Infelizmente, o mundo não te alimenta para que você abra os olhos perante aos que os cerca. A vida não te da base suficiente para que você aprenda sem vivenciar. É caindo, é chorando, é percebendo que quase ninguém é realmente aquilo que demonstra ser, é descobrindo que quase ninguém também quer aquilo que diz querer, que você aprende. Todos, com o tempo, com os dias de vida, acabam adquirindo malícia. Passam a ver as almas presentes como marionetes, onde o espetáculo final trará um benefício para si próprio. Não se deixe enganar. Não deixe com que a ingenuidade da sua mente e de seus atos se sobressaia, fazendo com que você acredite que todos são como você, e que não querem te machucar.
Existem, no mínimo, setecentas faces ocultas tentando te derrubar. E dentre estas, provavelmente todas elas conseguirão executar com sucesso o seu objetivo.
Não tenho para onde correr, para onde fugir. A solidão, a indiferença das pessoas me assombra. E quer saber com que frequência ? Todos os dias. A questão é que eu percebi que não vale mais à pena. Percebi que estava nadando contra a maré. Porque dentre tantas pessoas existentes, eu sei que quando eu precisar, independente de qual motivo que seja, todas irão me virar as costas. E infelizmente, eu sou frágil. O rochedo que parecia me constituir, trincou-se, quebrou-se nos menores pedaços possíveis. Agora, resta só fragmentos, ou quem sabe apenas as lembranças, dos meus sensíveis sentimentos. Embora, a minha aparência transmitisse exatidão, força, objetividade... Eu interiormente fui fraca e me deixava levar. Não adianta mais buscar forças que não existem, tanto porque eu sozinha não seria capaz de mantê-las existentes.